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EDITORIAL

No momento em que se prepara a realização do VI Colóquio Internacional de Etnocenologia, para o período de 2 a 5 de agosto de 2009, em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil (veja as identidades visuais dos cinco colóquios anteriores ao lado), a revista Repertório Teatro & Dança começa uma nova fase e retoma velhos ícones e emblemas dos orixás de seus primeiros números.

De fato, o Proscênio deste seu número 12 é dedicado à  etnocenologia, repetindo, assim, o início de sua primeira fase, em 1998, quando começamos a publicar Repertório Teatro & Dança. Então também se preparava a realização de um Colóquio Internacional de Etnocenologia (Salvador, Bahia, Brasil, 1998) e, também, a etnocenologia era a temática do Proscênio de seu número 1. Agora, ampliamos o Conselho Editorial de Repertório Teatro & Dança, que passa a ser semestral, e incluí­mos textos em outras línguas além do português: o francês e o espanhol. Em todos os textos, há resumos, tíulos e palavras-chave em três línguas: sempre na língua original, em que cada texto foi escrito; em inglês; e em português, quando a língua original foi o francês, e em francês, quando a língua original foi o português ou o espanhol. Assim, pretendemos, também, ampliar o alcance do que publicamos em Repertório Teatro & Dança, que passa a colocar à   disposição de todos os interessados uma versão on-line integral de suas edições.

Em Proscênio, contamos com a colaboração de cinco colegas e amigos, dos quais três vinculados a universidades francesas. Assim, contamos com Jean-Marie Pradier, pioneiro da etnocenologia, que também colaborou com o número um de Repertório Teatro & Dança, Bernard Müller, que já colaborou conosco num livro coletivo (Artes do corpo e do espetáculo, P & A, 2007), no qual tratou do teatro contemporâneo de matriz iorubá na Nigéria, e Jerôme Dubois, que já participou de nossos grupos de pesquisa na França e no Brasil. Também contamos com André Helbo, da Universidade Livre de Bruxelas, coordenador do Master de Artes do Espetáculo Erasmus Mundus 2007/ 2009, que aprofunda as questões epistemológicas no âmbito das ciências do espetáculo. E, ainda, como nosso colega da UFRGS, Gilberto Icle, que nos revela seu percurso da Antropologia Teatral à   Etnocenologia.

Em Peças, trazemos dois textos dramatúrgicos mergulhados no Atlântico Negro. Um, de nossa própria autoria, com ampla colaboração de alunos e orientandos, de caráter teatral e musical, é sobre o percurso da personagem histórica espanhola Doña Maria de Padilla, do século XIV, até sua quase homônima entidade da umbanda brasileira contemporânea. De passagem, apresentamos, como ilustração, de modo algo perverso e narcisístico, um pequeno álbum de fotos e anotações sobre um espetáculo dirigido por um de nossos ex-alunos da Escola de Teatro da UFBA, Vinício de Oliveira, sobre texto de nossa amiga e colega, também ex-aluna da Escola de Teatro da UFBA, Haydil Linhares. O outro texto de Peças é de nosso amigo Jesus Cosano Prieto, de caráter coreográfico, para um espetáculo de flamenco de Juan de Juan, sobre o impacto da cultura afro-americana dos EUA e de Cuba na obra do poeta Federico Garcia Lorca. Aí incluímos brevíssima referência fotográfica à pesquisa de uma de nossas colegas do PPGAC/ UFBA, Eliana Rodrigues, sobre a dança flamenca, como ilustração complementar pertinente.

Para a Persona, escolhemos nosso saudoso amigo e professor Jean Duvignaud e encomendamos o texto a nosso amigo e aluno Sergio Guedes, que também o conheceu na França.
Reunimos, na Sala de Ensaios (que, anteriormente, chamávamos, simplesmente, de Ensaios), um belo conjunto de artigos, todos também, igualmente, inéditos e de horizontes diversos das artes do espetáculo. Da dança, em diálogo com as neurociências, temos a colaboração de Mônica Ribeiro e Antônio Teixeira. Do teatro, na perspectiva da performance de corpos negros, a contribuição de Marcos Antônio Alexandre. Do cinema, em diálogo com a roda-de-samba tradicional da Bahia, temos a comunicação de Jolanta Rekawek, já apresentada, parcialmente, no V Colóquio Internacional de Etnocenologia, realizado em Salvador, Bahia, em 2007. E, ainda, temos, do diálogo do teatro com a televisão, o artigo de Sylvia Nemer, discutindo espaço e teatralidade.

Finalmente, fechamos, em Bastidores (que chamávamos anteriormente de Resenhas e Relatos) este número de Repertório Teatro & Dança com a comunicação de nossa colega e amiga Lúcia Fernandes Lobato, reelaborada de sua participação no V Colóquio Internacional de Etnocenologia, realizado em Salvador, Bahia, em 2007, e que é dedicada às origens da tribo e da festa espetacular do Malé Debalé, marca maior de nossa cultura e de nossa etnocenologia.

Junto à   ficha catalográfica deste número de Repertório Teatro & Dança, divulgamos a estrutura editorial de nossa revista e suas normas editoriais, para os eventuais interessados em colaborarem com nossa revista, da qual, assumo, agora, a responsabilidade editorial. Informamos, também, na contracapa deste número, a temática dos três próximos números de Repertório Teatro & Dança, que aparecerá em seus respectivos Proscênios.

Reiteramos, enfim, aqui, a nossos prezados leitores, que nossa Sala de Ensaios estará sempre aberta a contribuições sobre quaisquer temáticas, assim como aceitaremos sugestões de perfis de personalidades das artes do espetáculo para nossas Personas, textos dramatúrgicos para nossas Peças e resenhas e relatos para nossos Bastidores.

 

Armindo Bião

CNPq/ Universidade Federal da Bahia, Brasil

   

Coordenador do Grupo de Trabalho de Etnocenologia da ABRACE, Associação Brasileria de Pesquisa e Pós-Graduação em Artes Cênicas e do GIPE-CIT, Grupo Interdiscipinar de Pesquisa e Extensão em Contemporaneidade, Imaginário e Teatralidade.

 

II Congresso de Etnoescenologia, Cuernavaca, 1996

III Congresso de Etnocenologia, Salvador, 1997

Colloque International dŽethnoscenologie, Paris, 2005

V Colóquio Internacional de Etnologia, Salvador, 2007

Colloque de fundation du Centre International dŽEthnoscenologie, Paris, 1995

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